quarta-feira, 4 de maio de 2011

Maldição ou Onomatopéia–Resposta ao email do RáTimBum.

Tenho recebido vários e-mails em relação à palavra Rá-Tim-Bum, confesso que não sou de acreditar em qualquer coisa que vejo pela internet, principalmente essas coisas de maldição que são criadas com o intuito de assustar aqueles que por algum motivo não pesquisam as origens das coisas que recebem. Como cheguei ao décimo email sobre o tema, decidi dedicar um tempinho e pesquisar a origem da palavra Rá tim bum, que é um termo brasileiro e não de origem Persa... caso contrário ela existiria em outros idiomas também.

Não há nenhum fundamento (livros, instituições, etc...) sobre o texto. Segue abaixo um texto fundamentado na FAPESP, o maior órgão de pesquisa do nosso País. Confira no final do email onde postei o link, que demora pra carregar, pois são 6,5 MB de texto... é gigante e lá está a nossa história, muito bonita... localize o termo “Rá-tim-bum”.
Conforme a pesquisa, não há nada que comprove esta teoria do RÁ-TIM-BUM significar maldição, lembrando que os textos que fazem referência a esse fato carecem de informações básicas tais como: livro extraído, data de publicação, não sendo assim, de fonte confiável.
E se essa é uma palavra de encantamento dos magos Persas porque só existe no Brasil?
Segundo o Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, a palavra RATIMBUM é uma onomatopeia, é a imitação de um som. Neste caso o som emitido por uma bandinha de circo ou uma fanfarra quando quer chamar a atenção sobre uma finalização de uma apresentação. A caixa faz TARARÁ!, os pratos fazem TIM!, e o bumbo faz BUM! - TARARÁ TIM BUM, para tornar a palavra mais curta e fácil de falar elipsaram o TARA... e ficou só o RÁ, RA-TIM-BUM, com três sílabas de bom efeito sonoro.
Conforme pesquisa publicada na revista da FAPESP "é pique, é pique, é hora, é hora, é hora, rá-tim-bum", um bordão, incorporado no Brasil ao Parabéns a você, é uma colagem de bordões dos pândegos estudantes das Arcadas da década de 1930.
"É pique, é pique" era uma saudação ao estudante Ubirajara Martins, conhecido como "pic-pic" porque vivia com uma tesourinha aparando a barba e o bigode pontiagudo."
"É hora, é hora" era um grito de guerra de botequim. Nos bares, os estudantes eram obrigados a aguardar meia hora por uma nova rodada de cerveja – era o tempo necessário para a bebida refrigerar em barras de gelo. Quando dava o tempo, eles gritavam: "É meia hora, é hora, é hora, é hora".
"Rá-tim-bum", por incrível que pareça, refere-se a um rajá indiano chamado Timbum, ou coisa parecida, que visitou a faculdade – e cativou os estudantes com a sonoridade de seu nome. O amontoado de bordões ecoava nas mesas do restaurante Ponto Chic, com um formato um pouco diferente do que se conhece hoje:"
"Pic-pic, pic-pic; meia hora, é hora, é hora, é hora; rá,já, tim, bum".
Como isso foi parar no Parabéns a você?
"Os estudantes costumavam ser convidados a animar e prestigiar festas de aniversário. E desfiavam seus hinos", conta o atual diretor da faculdade, Eduardo Marchi, de 44 anos, que relembrou a curiosidade em seu discurso de posse, dois anos atrás."
Fonte: http://www.revistapesquisa.fapesp.br/Suplemento_USP_70_anos.pdf, páginas 56 e 57
Encontrei outra confirmação em um site de ensino religioso.
http://www.ensinoreligioso.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=217
De qualquer forma este tipo de criação, sempre vai existir, acreditem que tem um igreja que diz que Parabéns = Parar os bens da pessoa, então o povo trocou o parabéns por vembens! Aí, como diz meu pai, tenha a santa paciência, viu!

Provérbios 26:2 - Como o pássaro no seu vaguear, como a andorinha no seu vôo, assim a maldição sem causa não encontra pouso.

Faço um desafio a você que espalhou que isto era uma palavra de maldição, encaminhe este email aos seus amigos esclarecendo o assunto. Eu sei que este email não dá medo e pode parecer desinteressante mas é muito justo esclarecer este boato. Deus abençoe a todos vocês.

Kássio Melo